Um escândalo de fraude em cotas raciais abalou o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha (IFFar) nesta semana, envolvendo não apenas o ex-BBB Matteus Amaral, mas também sua mãe, Luciane da Silveira Amaral. Documentos revelaram que ambos se autodeclararam como pretos para garantir vagas em processos seletivos na instituição.
Matteus Amaral, conhecido por sua participação no reality show Big Brother Brasil 24, recentemente alcançou notoriedade ao conquistar o segundo lugar na competição televisiva. No entanto, sua trajetória acadêmica agora está sob intenso escrutínio, após a confirmação de que ele utilizou cotas raciais para ingressar no curso de Engenharia Agrícola do IFFar.
A controvérsia veio à tona quando documentos do Instituto revelaram que Luciane da Silveira Amaral, mãe de Matteus, também se beneficiou do mesmo expediente. Em 2014, Luciane se autodeclarou preta no processo seletivo para o curso técnico de AgroIndústria, obtendo aprovação na instituição. A IFFar confirmou que ela foi admitida, embora não tenha divulgado se completou o curso.
A instituição se pronunciou oficialmente sobre o caso, destacando que, à época das inscrições de Matteus e Luciane, a autodeclaração era o único critério exigido para ingressar nas cotas raciais. Não havia, naquela ocasião, mecanismos formais de verificação ou comprovação das informações prestadas pelos candidatos.
O caso ganhou repercussão nacional após a divulgação de um vídeo nas redes sociais, onde Luciane Amaral parece minimizar a gravidade das acusações. Em um story compartilhado pelo próprio Matteus em sua conta no Instagram, Luciane declarou: "Já ouvi dizer que isso aí não dá nada, se eu me declarei negra, sou negra". As declarações dela contrastam com o posicionamento oficial da instituição de ensino.
A reação pública ao escândalo tem sido intensa, com críticas à manipulação do sistema de cotas raciais, que visa corrigir desigualdades históricas e promover a inclusão de minorias étnicas no ensino superior. Especialistas em políticas afirmativas alertam para os danos causados por fraudes como essa, que comprometem a eficácia e a legitimidade das cotas como ferramenta de justiça social.
Organizações estudantis e movimentos sociais têm exigido uma investigação mais profunda e medidas rigorosas por parte das autoridades educacionais para evitar que casos similares se repitam no futuro. A transparência nos processos seletivos e a fiscalização adequada das autodeclarações são apontadas como essenciais para assegurar a integridade das políticas de inclusão racial nas universidades e institutos federais.
Diante da repercussão negativa, Matteus Amaral ainda não se pronunciou oficialmente sobre as acusações de fraude. Enquanto isso, o IFFar prometeu revisar suas políticas de verificação e controle das autodeclarações, visando evitar abusos e garantir que os benefícios das cotas raciais sejam direcionados corretamente às comunidades que realmente necessitam desse apoio.
A história de Matteus Amaral, que alcançou a fama nacional por sua participação no BBB, agora é marcada por um capítulo controverso que levanta debates importantes sobre identidade racial, ética acadêmica e responsabilidade pública. O caso serve como um alerta para a necessidade de maior vigilância e responsabilidade na implementação de políticas de inclusão, garantindo que elas cumpram seu propósito original de promover equidade e justiça social.